Lobbies, grupos de pressão, think tanks,
centros de reflexão... Quem são afinal estes homens dos bastidores?, qual o
poder financeiro que os sustenta?, de que forma influenciam o poder político?
É espantoso ver a rapidez com que, nos últimos
anos, a esfera política se foi desinvestindo do seu papel de perito público e
objectivo; na mesma altura, verbas astronómicas saídas directamente das
receitas também colossais dos grupos industriais e financeiros são canalizadas
para fundações e grupos de pressão: os dirigentes precisam de informação para agir e há hoje um número crescente de consultores e especialistas cuja função é a de fazer chegar a informação estratégica ao interlocutor adequado, na altura certa de modo a influenciar os decisores.
Claro que a mensagem passa sempre melhor num Copacabana Palace ou jantar mundano do que num bastidor ministerial.
O político deixou de ter – se é que alguma vez teve – perspectiva sobre a realidade em que actua; é-lhe, por isso, essencial o acesso a uma informação fidedigna. Mas o problema é que enquanto os actores da vida económica dispõem hoje de meios consideráveis para fazer chegar ao legislador e ao eleito verdades embrulhadas em papel de seda, já do lado inverso, o consumidor, o eleitor, o contribuinte, esses, não dispõem de meios consagrados para elaborar planos de comunicação ou de sustentabilidade económica que convençam.
Claro que a mensagem passa sempre melhor num Copacabana Palace ou jantar mundano do que num bastidor ministerial.
O político deixou de ter – se é que alguma vez teve – perspectiva sobre a realidade em que actua; é-lhe, por isso, essencial o acesso a uma informação fidedigna. Mas o problema é que enquanto os actores da vida económica dispõem hoje de meios consideráveis para fazer chegar ao legislador e ao eleito verdades embrulhadas em papel de seda, já do lado inverso, o consumidor, o eleitor, o contribuinte, esses, não dispõem de meios consagrados para elaborar planos de comunicação ou de sustentabilidade económica que convençam.
Esta é hoje uma realidade mundial: veja-se em
Bruxelas – segunda capital mundial do lobbying
após Washington – a título de exemplo, em Outubro de 2008, Durão Barroso,
presidente do Parlamento Europeu, cria
um grupo de estudo para a saída da crise composto por oito membros independentes;
vai-se a ver, três desses oito membros estavam directamente ligados aos maiores
bancos norte-americanos na origem da crise financeira – Citygroup, Goldman Sachs e Lehman
Brothers – enquanto todos eles eram adeptos da desregulação financeira:
resultado, Bruxelas acabará por votar
políticas de resgate dos bancos com dinheiros públicos; quem fala aqui de
dinheiros públicos, fala de dinheiro que directa e indirectamente saí dos
bolsos do contribuinte para financiar o sistema da finança privada.
É interessante, aliás, olhar para os benefícios
históricos das grandes empresas em tempos de crise. Para que conste, as maiores empresas nacionais foram em 2011 a EDP, a
Galp Energia, a Portugal Telecom, o Grupo Jerónimo Martins, o BCP, o BPI e a
Sonae SGPS.
Convido os menos informados a visionarem “os Donos
de Portugal” (www.donosdeportugal.net/)
caso queiram saber quem são os homens que estão por detrás
das empresas mais rentáveis deste país.
Face à importância dos grupos de pressão, face
aos interesses dos nossos eleitos, face ao desinvestimento das comissões de
acompanhamento político, face até ao corte de trinta por cento no vencimento
dos magistrados, hoje mais do que nunca impõe-se a necessidade de maior
transparência nos corredores da nossa democracia.
Se cada vez mais as opiniões públicas sentem
que não passam de marionetes entregues ao jogo político, não se duvide que a
esfera política está também ela manietada por um poder oculto que interessa, se
não denunciar, pelo menos identificar.
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