Já aqui referi ser hiperactivo, sendo que
uma das características que mais me
tipificam enquanto tal é a procrastinação; entenda-se a tendência para adiar as
coisas.
Adiar o pagamento duma factura até ao último
dia; conduzir sempre na reserva do combustível;
viver nas lonas e uma série de outros comportamentos retratados no “Eastern
Body, Western Mind” como sintomáticos de um desrespeito das emoções.
A teoria é simples: quem se expõe a stresses e
angústias quando as poderia evitar, fá-lo por desvalorizar as suas necessidades
mais primárias.
Toda
uma análise que me levou a questionar quais as minhas necessidades, afinal; o
que é que me parece, neste momento, essencial?
Diria, sem grandes reflexões, que preciso de
me sentir sólido: de ser mais tronco e raízes e menos ramagem e passarinhos;
preciso de conforto, beleza e inteligência. Preciso de ter orgulho em mim e de
sentir que quem amo se orgulha de mim; preciso de olhar para o futuro com
liberdade e sem demasiados devias à
mistura; tal como a Duras, quero amar-me como se de outro se tratasse; também
quero viver sem medos, conscientes e inconscientes; anseio ainda viver num
mundo sem caricaturas; e quero ligeireza também; com fluidez e simplicidade.
Já me parece uma lista composta... Agora
perguntam-me o que é que eu faço para construir essa realidade?
... Digamos que para lá caminho.
Já fiz menos. E só o questionar quais as
minhas necessidades já é em si um feito. Mas, de facto, é interessante observar
o quão distante têm estado as minhas ações daquilo que eu aqui digo serem as
minhas necessidades.
Aliás, permitam-me aqui deixar esta dúvida...
Qual a distância que separa a impressão da expressão?
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