sexta-feira, 26 de outubro de 2012

masturbação shiuuana


Acabo de ver um vídeo mesmo giro: Ainda o mesmo ia a meio e já estava a pensar em partilhá-lo no Facebook. Aos poucos, foi crescendo cá dentro aquela espécie de inquietação. 

Pois então decidi: Não.

Não vais partilhar isto. Vais guardá-lo para ti. Vais torna-lo especial. Vais-te tornar especial. E enquanto digo isto, continuo inquieto por não saber que fazer com esta prenda que acabo de me fazer a mim próprio.

Não se trata de não saber receber. Mais facilmente terei dificuldade em dar do que em receber. Trata-se mais de uma espécie de marketing constante em que me fui habituando a viver. As fraquezas ocultam-se; a beleza e inteligência exibe-se e encena-se.

Quero com isso ser desejável?, quero com isso ser  elevado à categoria de bem de consumo?, vender-me-ei como me habituei a comprar?

Não sei.

Só sei que quanto mais vazia for a minha vida maior essa tendência para usurpar símbolos. A questão aqui é que quanto mais vestir este papel de consumidor menos saberei ser autor.

Sei que estes dois seres se degladiam em mim com frequência; o ideólogo bizarro e pudico face ao zaraboy diletante e ligeiro. 

Bem sei, estou aqui a questionar o barroco do vazio. Não te preocupes tanto, pá. É normal... Go for it boy.

Mas no intimo – sim, porque ainda há um intimo – não gosto desta normalidade. Quero ter segredos especiais que só partilho com alguns; quero inverter o reflexo do é giro: é para mostrar. Gostava mais de começar por viver aquele momento por inteiro sem preocupação de registo ou posteridade e depois, quem sabe, guardá-lo na minha memória interna e não na externa e descartável.

Pronto, vou desligar isto e preparar ali um banquete com velas e tudo só para mim.

Resta saber se este desabado terminará num delete corajoso ou se irá decorar a minha pequena montra.

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