terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Feliz Natal


Bom, vou tentar livrar-me dos meus sarcasmos habituais para registar o positivo de tanto desejo de feliz natal. É amor; é amizade, é vontade de abrir o peito para partilhar o que de melhor temos para dar.

E aproveito para aqui pegar num artigo intitulado “Vamos partilhar cada vez mais coisas”, publicado na edição deste fim-de-semana do diário o Público. Fiquei a saber que uma das tendências de fundo da actualidade é a emergência do chamado consumo colaborativo, cujo exemplo mais emblemático é a hub culture
A ideia é a de que procuramos hoje experiências mais do que objetos físicos e que, nesse sentido, nos estamos a afastar dos típicos padrões do consumismo em que quanto mais se tem mais feliz se é.  Com isso, estão a nascer formas mais significativas das pessoas se relacionarem umas com as outras.

Os exemplos deste novo padrão estão a crescer mundo fora mas fiquemo-nos pelo mais conhecido de todos: o facebook. Quanto vale um like?, quanto vale a receita do bolo de natal que partilhou e que foi vista por cinco mil pessoas?

Enquanto novos algoritmos estão hoje a ser pensados  no sentido de dar resposta a esta questão, é toda uma economia paralela que está a nascer: moedas locais, sistemas de troca de casa, partilha de carro ou aluguer do vestido de noiva... São muitos os exemplos.

Mas também do lado das empresas convencionais, muito está a mudar em virtude deste novo paradigma. Os empresários estão a deixar de pensar apenas na criação de produtos para começar a trabalhar toda a relação que os liga ao cliente.  Esta é aliás, a suposta razão pela qual os construtores automóveis alemães têm conseguido atravessar a atual crise económica com vendas ascendentes. Quem compra uma berlina alemã compra cinco anos de garantia incluída; ao termo dos quais muitos proprietários optam por vender o veículo independentemente do seu estado.

Neste caso, pode-se dizer que o comprador de carro alemão compra confiança e esta é a palavra que se encontra por detrás de todos os exemplos anteriormente citados.  Emprestar o seu carro, a sua casa, propor boleias a estranhos... tudo isso vive do pressuposto de sermos capazes de confiar no outro. 

Por isso, aqui fica, embrulhada num convite à reflexão, a minha prenda de natal para si: confiança.  Ofereço-lhe o poder de confiar em mim, em si, neles e nelas e também num futuro mais generoso. 

Bom Natal.

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