Um dia, gostaria de
fazer um filme.
Se fosse
hoje tratar-se-ia de um reencontro entre dois antigos amantes.
Este meu filme
brincaria com os tempos em forma de loop.
Uma mesma cena
inicial voltaria o dar o ding dong das horas grandes,
como que para despertar o tic tac dos minutos pequenos.
como que para despertar o tic tac dos minutos pequenos.
E tanto poderia
levar-nos para cenários futuros como pôr-nos a andar às arrecuas.
O foco estaria nos
pormenores: ora irrelevantes ora irreversíveis.
Os diálogos seriam escassos e o silêncio não seria vestido com música.
Os diálogos seriam escassos e o silêncio não seria vestido com música.
Seria um filme
desprovido de moralidade ou verdade;
Um elogio ao acaso,
às coisas frágeis e improváveis.
Este meu filme
viveria ainda do carácter contraditório das vontades.
As mesmas personagens
ora seriam despreocupadas ora obsessivas.
E ao final, o espectador
sairia seguramente cheio de dúvidas;
o que faria com que
não fosse um filme muito apreciado,
a não ser por aqueles
que preferem a questão à resposta.
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