Aviso que este é um
texto impudico... Mas está na hora de voltar a escrever aqui de modo livre e
liberto, esquecendo que eventuais leitores me possam conhecer.
Passa-se que como tem
sido aqui aflorado, atravesso um período de refinamento pessoal. Não é de todo confortável, especialmente
quando não existe por detrás uma rotina de vida sólida e estável. Mas tenho-me aguentado às ondas e no meio
deste soltar de amarras, surgiram umas surpresas interessantes.
Uma delas nasceu de
uma massagem que se queria ayurvédica
e que se revelou tântrica. Seguiram-se outras e com elas foi nascendo a
consciência interior de um corpo: o meu.
Sempre ouvi dizer que
homens e mulheres são diferentes nomeadamente na forma como se entregam
sexualmente. E concordo, sendo que a ideia é o prazer masculino ser o fruto de
uma ligação quase que direta entre a cabeça e o genital enquanto a mulher
mobiliza todo o seu corpo quando se livra sexualmente.
Eu revejo-me nessa
caricatura masculina embora confesse que esta recente descoberta tântrica me
tenha quase que obrigado a repensar esses fundamentos. Tenho sentido, quiçá
pela primeira vez, o meu corpo como um todo.
E note-se que quando falo em todo refiro-me nomeadamente aos pés,
joelhos, mãos, próstata, pénis, cabeça, boca...
Tudo.
Desengane-se quem
estiver a pensar que este é um processo passivo. Não. Esse todo requer um
relaxar profundo mas acompanhado de uma consciência também ela mais profunda.
São coisas estranhamente compatíveis na verdade; tal como é verdade que esta
viagem interior tem-me confrontado de um modo muito claro às inibições que
definem a masculinidade.
É engraçado reparar
que a natureza foi brindar o corpo masculino de uma das suas zonas mais
erógenas bem no meio do corpo: refiro-me à próstata: para quem não sabe, a
mesma encontra-se por debaixo dos testículos, a cerca de quatro centímetros do
ânus.
Este é o equivalente
ao tão afamado ponto G feminino.
É interessante fazer
aqui este aparte só por se tratar anedoticamente da zona mais proibida do
corpo masculino. Reparem que ao situar-se a somente quatro centímetros do ânus,
qualquer casal heterossexual poderá incluir na sua vida intima a exploração do
dito ponto P. Não é, como tal, um prazer
exclusivo de homossexuais. A questão
está mais nos eternos tabus que rodeiam a imagem de um homem a sentir prazer
expondo as suas zonas mais vulneráveis.
Deve haver aqui
algo de profundamente animal uma vez que é reflexo de qualquer bicho, vejamos o
caso do cão, o recolher a cauda mal apanha um susto; isso, como forma de também
ele esconder o recto por onde são libertas as feromonas que denunciam o estado
de medo. Por isso, explorar o ponto P pode aqui equivaler a explorar o prazer que existe depois de aprendermos a
baixar as defesas e neste caso, as barreiras culturais.
Mas, voltando aqui ao
prazer tântrico convém sublinhar que o mesmo resulta de uma vivência
holística. A ideia está mesmo em sentir
o corpo como um todo; o que só por si já é uma viagem surpreendente. Digam-me qual o sentido de, numa massagem
convencional, a única zona que se mantem tapada ser a da cueca; logo no sítio
onde está concentrado o maior número de terminações nervosas.
Portanto não fiquem a
pensar que o tântra está especialmente concentrado nesta zona; apenas a integra
como parte central do corpo que é.
Em tempos de crise, é
bom saber que transportamos em nós reservas infinitas de prazer e aprendizagem.
Eu descobri esse "ponto P", mas devo dzer-te que alguns homens não admitem sequer essa zona, pois ainda não ultrapassaram a barreira cultural.
ResponderEliminar(É segredo.)
:)
Nem tudo é para ser dito, desde que o segredo seja vivido :)
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