Olho pela janela, e
lá está ela
Por todo o lado, a
cor cinzenta
É a cor da
hemoglobina urbana
Entre o preto e o
branco
Recorda-me aquela
exposição dedicada a Samuel Beckett,
Em que dizia deitar-se
na relva da sua Irlanda natal
E de ver as nuvens a
desfilar, umas mais densas outras mais
ténues
E que aquele cortejo
de cinzentos lhe viera a esculpir o gosto pelo vazio
O cinzento recorda-me
ainda a minha cidade natal
Paris tem dias,
semanas e meses em que tudo é cinzento
Tudo menos as noites
que continuam cintilantes
Passeio, prédios e pessoas:
uma overdose de cinzento
O cinzento quer-se
discreto
Não nasceu para ser
visto e comentado
É como o calo da flor
condenado a ser ofuscado
É esta beleza
discreta que me apetece desbravar
Mas Cinza é também a
minha gatinha
De nome e de penugem
É nela que mergulho a cara quando preciso de um mimo
É ela que faz de mim o Deus deste cantinho
É ela que faz de mim o Deus deste cantinho
Hoje é o último dia
do mês mais cinzento do ano
Nem o último soube
ser
Aproveito-o para fazer
aqui um brinde:
À beleza escondida!
Eu visto o cinzento...
ResponderEliminarEu é mais paredes :)
EliminarAqui vão os dois blogues que mais falámos:
ResponderEliminarO dos segredos:
http://shiuuuu.blogspot.pt/
O tal:
http://naocompreendoasmulheres.blogspot.pt/
Henrique aqui fica o blog: arvore-natal-blogosfera.blogspot.pt
ResponderEliminarMuito obrigado pelos links que vou já explorar com todo o interesse. Boa semanae grande bem haja!
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