Estava aqui a rever estes meus desabafos mais recentes
e dei-me conta que também eu faço hoje parte do gangue do apocalipse : ora acuso o homem de já não saber amar, ora a sociedade de se querer ver
livre dos homens.
É certo que andamos a viver bombardeados com imagens de catástrofe e de fim do mundo, mas talvez seja oportuno questionar qual poderá ser a substância de uma nova génesis.
É certo que andamos a viver bombardeados com imagens de catástrofe e de fim do mundo, mas talvez seja oportuno questionar qual poderá ser a substância de uma nova génesis.
Desde a queda do Muro de Berlim que se apregoa o fim da História - Francis Fukuyama – pela simples razão que o século XX deixou de ser capaz de sonhar novos mundos a não ser dentro de um registo binário e maniqueísta. Tendo caído um dos lados, a Europa e o modelo ocidental fizeram frente à falta de substância dos seus ideais. Não é aliás um acaso que o século XXI tenha nascido simbolicamente de outro colapso com a queda das Torres Gémeas.
Em ambos os casos, continuámos a formular modelos que resultam de reacções míopes. O Ocidente deixou de saber sonhar futuro e deixou que esse espaço fosse sendo ocupado por uma tribo mundializada de especialistas.
O actual ciclo de aceleração temporal acoplado de
uma dilatação do espaço tem de antecipar o “regresso” a um mapa mais
humano.
Impõe-se aqui uma economia real em detrimento de uma economia especulativa; um discurso político assente nos recursos existentes e numa noção progressista de bem comum; impõe-se ainda uma cultura solidário que inverta o medo crescente do outro; o outro tem de “voltar” a ser co autor da minha felicidade.
E, já agora, deixem-me sonhar e reabilitar o acaso e o risco. A bem do amor, da criatividade e da imprevisibilidade que fazem do ser humano uma fonte inesgotável de vida e criação.
Impõe-se aqui uma economia real em detrimento de uma economia especulativa; um discurso político assente nos recursos existentes e numa noção progressista de bem comum; impõe-se ainda uma cultura solidário que inverta o medo crescente do outro; o outro tem de “voltar” a ser co autor da minha felicidade.
E, já agora, deixem-me sonhar e reabilitar o acaso e o risco. A bem do amor, da criatividade e da imprevisibilidade que fazem do ser humano uma fonte inesgotável de vida e criação.
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